17 de junho de 2011

História da jovem que acordou despida na linha férrea foi mesmo inventada

Adolescente de Santo Tirso que inventou a história foi constituída arguida e deverá responder pelo crime de falsa denúncia.

À PSP de Santo Tirso, a jovem terá dito que acordou na linha de comboio apenas com uma peça de roupa.

A Polícia Judiciária já confirmou que se tratar de uma efabulação e não de uma violação. A história da rapariga de 17 anos, que disse ter acordado deitada na linha férrea da estação da CP de Santo Tirso apenas com uma peça de roupa a tapar-lhe os seios, na manhã de domingo, nunca aconteceu.

Tal como o i adiantou, o depoimento da jovem suscitou desde logo dúvidas junto de fontes policiais, que suspeitaram que a história poderia estar a ser inventada pela alegada vítima. As contradições do seu relato puseram em cima da mesa, desde o início, a hipótese de estar a mentir e não ter havido qualquer acto de violação ou sequestro. Ontem, a Directoria do Norte da Polícia Judiciária (PJ) confirmou em comunicado que a denúncia de uma rapariga alegadamente vítima de violação e deixada inconsciente na linha de comboio, na madrugada do passado domingo, em Santo Tirso, "não corresponderá à verdade". A adolescente que inventou a história devido a "problemas pessoais", de acordo com a PJ, já foi entretanto constituída arguida e foi acusada do crime de falsa denúncia.

O depoimento recheado de contradições fez soar o alarme entre os investigadores. Por um lado, a rapariga disse não se lembrar de nada do que aconteceu entre a pancada na cabeça, que teria acontecido às 02h45, e o momento em que acordou despida na linha férrea, pelas 06h. Por outro lado, terá contado à PSP que terá sido sequestrada e alegadamente violada durante as três horas em que disse não se lembrar de nada.

A adolescente contou ainda que na noite de sábado saiu do trabalho e dirigiu-se a um dos bares da Praça Coronel Baptista Coelho, a praça de bares no centro da cidade. Aí terá tomado uma bebida, até abandonar o local por volta das 02h20 e seguiu sozinha a pé para casa. De acordo com o depoimento, estaria a passar na Praça Camilo Castelo Branco, por volta das 2h45, quando sentiu uma mão no ombro e de seguida uma pancada que a teria deixado sem sentidos. E disse que quando despertou, na linha de comboio, só tinha uma peça de roupa. No entanto nenhum dos seus pertences tinha sido roubado. Pegou no telemóvel e fez um telefonema a pedir ajuda. Seguiu de táxi da estação para o Hospital de Santo Tirso e depois prestou declarações à PSP.

O "Jornal de Notícias", que na edição de segunda-feira avançou com a notícia de que uma jovem teria sido violada e atirada à linha de comboio, referia que o pedido de socorro tinha sido feito a uma amiga que conhecia há pouco tempo. Mas no dia seguinte uma fonte policial disse ao i que o telefonema terá sido para a mãe.

Junto à estação da CP, ninguém se teria apercebido do sucedido. O bar da estação, junto à gare, só abre as portas depois das 07h - altura em que passa o primeiro comboio - e a rapariga dizia ter acordado às 06h. A zona é erma e pouco movimentada durante a noite e o parque de estacionamento junto à estação costuma ser procurado por jovens, depois de saírem dos bares e discotecas.

FONTE: Jornal i

Nenhum comentário:

Postar um comentário