Os familiares de uma adolescente de 13 anos, que morreu com leucemia há 23 anos, estão indignados com os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC): a unidade cobrou-lhes a taxa moderadora de uma consulta relativa a Janeiro de 2010.
"Há 23 anos, foi muito difícil aceitar a morte da minha filha e agora, com esta carta, voltámos a sentir tudo de novo, uma dor forte que nos persegue", disse ontem ao CM Arsénio Cruz, pai de Sandra Cruz. A família exige um pedido de desculpas dos HUC.
Sandra Isabel Ferreira Cruz tinha 13 anos quando lhe foi detectada uma leucemia. Foi sujeita a vários tratamentos e colocada a hipótese de um transplante de medula, mas viria a morrer nove meses depois, nos HUC, onde esteve internada desde o diagnóstico da doença. Se tivesse sobrevivido, teria agora 36 anos.
A família reside em Tomar, onde Arsénio Cruz gere uma empresa de montagem de toldos, estores e caldeiras. Mas na altura em que a filha mais velha adoeceu – resta-lhe a Tânia, hoje com 20 anos – era emigrante na Suíça, tendo acompanhado um pouco à distância a doença da filha.
"Sabíamos que era uma doença de difícil cura, mas ainda tentámos todas as hipóteses, em Portugal e na Suíça, mas não foi possível salvar a Sandra", recordou Arsénio.
No dia em que chegou a carta dos HUC, Arsénio Cruz encontrou a mulher a chorar, com o "choque emocional". "Telefonei logo para lá e não assumiram o erro nem quiseram saber de nada", conta Arsénio Cruz, que exige dos HUC "um pedido de desculpas". "O engano admite-se, mas é uma falta de responsabilidade, pois é muito duro receber uma carta destas em casa."
No sentido de obter uma explicação sobre a situação e o que vai ser feito após a detecção do erro, o CM tentou ontem contactar os HUC, através do Gabinete de Relações Públicas, mas o telemóvel esteve sempre indisponível.
FONTE: Correio da Manhã
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