24 de agosto de 2012

Dívida dos Açores ascende a 2,3 mil milhões de euros

A dívida global da Região Autónoma dos Açores, incluindo a administração directa e indirecta, empresarial e local, ultrapassava 2,3 mil milhões de euros a 31 de Dezembro de 2011, refere um relatório da Inspecção-Geral de Finanças (IGF), divulgado nesta sexta-feira. Este montante resulta das dívidas da administração regional (427 milhões de euros), das empresas públicas regionais (1,5 mil milhões de euros) e das autarquias (327 milhões de euros).

A IGF prevê que a região necessite, entre 2012 e 2018 (data em que vence o último empréstimo em carteira), mais cerca de 436,7 milhões de euros para satisfazer "obrigações decorrentes da sua dívida pública direta (capital e juros)".
O relatório refere ainda que o orçamento aprovado para 2012 "não assegura o cumprimento do princípio do equilíbrio orçamental", prevendo um défice de 15,6 milhões de euros, além de contemplar uma previsão de receitas fiscais "pouco consentânea" com a evolução do quadro macroeconómico nacional.
Por essa razão, a IGF entende que o orçamento regional para este ano corre "efectivos riscos de derrapagem orçamental", situação que poderá implicar uma "reavaliação permanente e criteriosa da efectiva capacidade de cobertura orçamental".
O documento destaca ainda os encargos plurianuais que o Governo Regional terá pela frente devido a duas parcerias público-privadas (PPP) no valor de mais de 1,6 mil milhões de euros, dos quais 1,3 mil milhões para a concessão rodoviária em regime de Scut e 330 milhões para o Hospital da Terceira.
No caso das Scut, o relatório considera que os encargos assumidos com a empresa concessionária "poderão vir a revelar-se superiores ao previsto", em especial "se os níveis de tráfego ficarem aquém dos assumidos no contrato".
Entre as 41 empresas públicas detidas, maioritariamente ou não, pela região, a IGF analisou 32, concluindo que, apesar de gerarem mais de 728 milhões de euros de receitas, apresentaram, em conjunto, um resultado líquido negativo de 78 milhões de euros e um passivo superior a 1,8 mil milhões.
O relatório considera que o sector da energia é o que apresenta "a melhor situação socio-financeira", enquanto o sector mais "crítico" é o da saúde, que regista, especialmente nos últimos dois anos, um "elevado desequilíbrio da exploração e endividamento", com uma dívida actual de 706 milhões de euros.
Apesar desta situação, a IGF conclui que a situação financeira da administração regional dos Açores "não comporta riscos que impliquem apoios significativos do Governo da República".

Dívida dos Açores ascende a 2,3 mil milhões de euros - Última Hora - Correio da Manhã

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