Mais de três mil agrediram os pais

Mais de três mil pais (3380) foram agredidos pelos próprios filhos, em casa, entre 2004 e 2011, período temporal em que os pedidos de ajuda dirigidos à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) passaram de 299 para 591, numa tendência sempre crescente.

Segundo as estatísticas da associação divulgadas ontem, a grande maioria das vítimas, do sexo feminino, tem mais de 65 anos de idade, enquanto que a faixa etária dos agressores se situa entre os 18 e os 35 anos.

No topo da lista dos 7805 factos criminosos reportados à APAV, que pode envolver mais do que um crime, estão os maus--tratos psíquicos (2657 casos) e os maus-tratos físicos (2271). Queixas de cariz sexual são menos, mas têm aumentado. Em 2011, a APAV teve conhecimento de duas situações de abuso sexual, uma de natureza sexual, três de abuso sexual de pessoa incapaz e duas de coacção sexual. Num dos casos reportados, o filho matou um dos progenitores e em cinco situações registaram-se tentativas de homicídio.

Relativamente à violência contra idosos, um crime que mais do que duplicou em onze anos, são as mulheres com idades entre os 65 e os 75 anos que mais sofrem. Em 33% dos casos, a vítima e o autor mantém uma relação de cônjuge/companheiro, seguindo-se a relação de parentalidade (23,9%).

Segundo a APAV, entre 2000 e 2011 foram cometidos 1275 crimes sexuais contra crianças e jovens, sendo que o abuso sexual, no contexto da violência doméstica, representa 544 pedidos de ajuda – 656 denúncias referem-se a bebés até três anos.

No contexto escolar, a violência aumentou 289% de 2005 a 2011, com 186 casos, atingindo sobretudo raparigas dos 11 aos 17 anos.

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