"Isto é todos os dias assaltos e incêndios. Eles drogam-se mesmo à nossa frente. Não podemos sair de casa. Eu vivo com medo! Já tivemos uma reunião com o presidente da câmara, António Costa, e nada é feito. E agora isto", conta ao CM Cândida da Silva, 72 anos.
A idosa vive na Azinhaga do Beco, no bairro da Musgueira, em Lisboa, há 41 anos, onde ontem foi encontrado o cadáver de um homem em adiantado estado de decomposição. As causas da morte estão a ser apuradas e alguns dos membros do corpo foram comidos por cães.
A maior parte das casas da Azinhaga da Musgueira pertencem à Câmara de Lisboa e estão devolutas. Ali se acomoda uma comunidade alargada de toxicodependentes e alguns sem-abrigo. "Isto é um perigo. Todos os dias cheira a queimado. Fazem fogueiras com todo o lixo que se encontra abandonado nas casas e tenho medo de que se pegue à minha", conta Cândida da Silva. Os moradores da zona juntaram-se junto ao armazém abandonado onde foi encontrado o cadáver. Vivem em sobressalto com os constantes assaltos, que acontecem "de dia e de noite".
Alguns moradores, que pediram para não ser identificados, explicaram que até já enviaram fotografias ao presidente da Câmara de Lisboa. "Temos gasto rios de dinheiro com advogados, ofícios, cartas registadas e, até hoje, nada. Ninguém vem limpar isto e nem nos dão outras casas para podermos sair daqui", adiantam.
O sentimento de insegurança e de revolta aumentou com a descoberta do cadáver do homem num armazém abandonado há mais de cinco anos, onde funcionaram os estúdios de uma empresa cinematográfica. Foi o cheiro nauseabundo que chamou a atenção de um vizinho que por ali passava à hora de almoço.
A PJ esteve no armazém a recolher indícios, mas para já nada aponta para um cenário de crime.
FONTE: Correio da Manhã
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