24 de março de 2011

Em 10 anos é preciso pagar 90 mil milhões

Até 2021, Portugal terá de amortizar uma dívida pública de quase 90 mil milhões de euros.

O Governo poderá solicitar hoje ou amanhã, durante o Conselho Europeu, a ajuda do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). A confirmar-se o pedido, causado pela crise política e pela dificuldade de financiamento, o País necessitará de um crédito entre 80 mil e 100 mil milhões de euros, que permitirá pagar a dívida pública e o subsídio de férias dos funcionários públicos em Junho e amortizar uma dívida do Estado de quase 90 mil milhões de euros até 2021. Ontem, a taxa de juro da dívida a 5 anos foi 8,227%, um novo recorde. As autoridades da União Europeia e o FMI garantem que Portugal ainda não pediu ajuda financeira, mas, após o chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) 4 ontem no Parlamento, tudo indica que, face à subida das taxas de juro da dívida pública para níveis insustentáveis, o pedido de socorro financeiro externo será inevitável.

Para já, o próprio Governo admite no PEC 4 que a taxa de juro das Obrigações do Tesouro a 10 anos será superior a 6,5% até 2014. Daí que haja a expectativa de que Portugal consiga, através da ajuda financeira externa, crédito a taxas de juro inferiores, como aconteceu com a Grécia e a Irlanda. Certo é que as taxas de juro da dívida pública portuguesa têm batido recordes nas últimas semanas. Ontem, as taxas de juro dos títulos do Tesouro português atingiram os 8,227% nas OT a 5 anos e 7,825% nas OT a 10 anos. Há um ano os juros eram muito inferiores: 3,199% e 4,318%, respectivamente.

No mês de Junho, o Estado terá de amortizar dívida pública no valor de quase cinco mil milhões de euros. Segundo o Instituto de Gestão do Crédito Público, em Junho de 2012 a dívida soberana a amortizar ascende a 8,5 mil milhões de euros.

FONTE: Correio da Manhã

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