Dois juízes de um tribunal em Mossurize, no centro de Moçambique, foram detidos pela polícia acusados de "mandarem executar", por conselho de curandeiro um homem suspeito de roubar uma carroça.
Os juízes integram o colectivo do Tribunal Comunitário de Chirere, no sudeste de Mossurize, que acusou e condenou "formalmente" um cidadão por roubo, tendo sido amarrado a uma árvore e açoitado, após adivinhação de um curandeiro.
O indivíduo viria a morrer vítima de fractura da coluna vertebral devido às chicotadas. O chefe da localidade foi detido de imediato por conivência no caso. O juiz presidente está desaparecido.
"O processo ainda está em fase de instrução, e deverão ser ouvidas mais pessoas envolvidas no caso. Já temos os autores material e moral detidos", o procurador-chefe de Mossurize, Henriques Ibraimo.
A "execução" do cidadão começou com a disputa de uma carroça de bois, que se achava ser roubada. Perante estes factos, o Tribunal Comunitário de Chirere optou pela adivinhação de quem seria o culpado, com a autorização do chefe da localidade.
A detenção do chefe da localidade, que é tido como o principal protagonista do caso, explica-se pelo facto de este ter autorizado o colectivo de juízes a ir a uma sessão de adivinhação com curandeiro para se encontrar o culpado do desaparecimento da carroça.
Henrique Ibraimo diz que "há muitas evidências que sobrecarregam a culpabilidade do chefe da localidade", afirmou sem avançar detalhes, invocando o segredo de justiça.
FONTE: Correio da Manhã
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