9 de março de 2011

Dois terços da frota da PJ está inoperacional ou com problemas de manutenção

A principal polícia de investigação portuguesa está em falência técnica. Não há investigadores nem equipamentos e já só restam dois polícias a assegurar serviço no estrangeiro.

A capacidade operacional da Polícia Judiciária (PJ) está seriamente ameaçada. Segundo a Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC), os problemas estendem-se desde a falta de pessoal até à quase inoperacionalidade da frota automóvel. A falta de meios é de tal modo grave que já só restam dois polícias destacados no estrangeiro, estando assim comprometidas dezenas de investigações transnacionais.

"Mais de 70 por cento da frota padece de uma série de deficiências graves e estamos em crer que, se a mesma fosse sujeita a uma inspecção técnica rigorosa, garantidamente não passava", diz uma nota da ASFIC agora divulgada para pôr a nu as carências que grassam na PJ. A frota da PJ, a quarta instituição do Estado com maior número de veículos, ascendia em 2009 a mais de 1110 carros.

O problema dos carros, comum a todas as directorias e unidades de todo o país, terá merecido atenção especial da direcção nacional que, contudo, não conseguiu satisfazer a anunciada compra de 25 novas viaturas, uma vez que a Central de Compras do Estado não garantiu o dinheiro para as aquisições.

Face à falta de viaturas, há departamentos que deixaram de fazer diligências e outras só são realizadas porque os polícias, por vezes, recorrem aos próprios veículos. "Pneus carecas e luzes fundidas são o pão nosso de cada dia, mas o pior são os problemas mecânicos. O Estado, que tem milhares de carros, não serve de exemplo a ninguém", diz um inspector da Directoria de Lisboa, lembrando que "muitos serviços não se fazem por falta de carros".

A situação financeira da PJ atinge também os meios de trabalho dos polícias. Os sindicalistas dizem que todo o sistema informático está obsoleto e mal dimensionado. "O software que suporta o sistema está, para além de desactualizado, completamente desajustado das reais necessidades da investigação, nomeadamente no que a formas de introdução e de pesquisas mais expeditas diz respeito", adiantam os responsáveis sindicais.

FONTE: Correio da Manhã

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