Tomada de posse de representantes da República nas regiões autónomas em clima de tensão.
Seria uma cerimónia sem história, a da tomada de posse dos representantes da República para os Açores e a Madeira, mas Cavaco Silva não fez referência às autoridades regionais presentes na sala e o caso mudou de figura. Açores e Madeira unidos: não aplaudiram o discurso presidencial.
A sala estava cheia das mais altas individualidades do Estado português. Cavaco fez um discurso e, logo na abertura da intervenção, a tradicional ladainha de cumprimentos protocolares. Mas o Presidente não falou nas autoridades regionais e feriu sensibilidades. Estavam presentes os dois presidentes das assembleias legislativas regionais, o presidente do governo regional dos Açores, Carlos César, e ainda o vice-presidente da região autónoma da Madeira. Em protesto, os quatro representantes concertaram-se e não aplaudiram o discurso presidencial.
O tom do discurso, nesta cerimónia virada para as regiões autónomas, também não terá agradado. O Presidente da República relembrou que "os sacrifícios tem de ser repartidos por todos", dado "o momento de unidade e de coesão" que o país atravessa.
"Ninguém pode ter a pretensão de se eximir ao contributo necessário para vencermos as adversidades do presente", disse ainda Cavaco Silva. Na sala estavam o primeiro-ministro, José Sócrates, e também Carlos César.
É de recordar que, depois dos cortes salariais na função pública, impostos pelo Orçamento do Estado para 2011, o governo regional aprovou uma remuneração compensatória para os trabalhadores da Administração Pública, que ganham entre 1500 e 2000 euros mensais.
E em Janeiro, a Assembleia Legislativa Regional dos Açores aprovou, por maioria, o alargamento da remuneração compensatória aos funcionários das autarquias e das empresas municipais do arquipélago que ganham entre os mesmo valores. Só o PSD votou contra.
A cerimónia, em Belém, serviu para conferir posse aos representantes da República nas regiões: Pedro Catarino para os Açores, e Ireneu Barreto para a Madeira.
FONTE: Correio da Manhã
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