17 de abril de 2011

Portugal recorre cada vez mais a doações

A viver há 25 anos na Suécia, Carlos Quaresma criou uma fundação que envia toneladas de material ortopédico para hospitais e instituições em Portugal e confessa que recebe agora mais pedido de ajuda do que nunca.

"Quando vim para Suécia abri uma fundação - a AGAPE - que tem trabalhado não só para Portugal como para todo o Mundo. Já enviámos material para 93 países do mundo", diz à Agência Lusa.

Na segunda-feira, chega um camião a Bragança e estão já agendadas doações para os Açores, Bombarral, Oeiras, Moncorvo, Algarve e Aveiro. "Temos recebido muitos pedidos de Portugal", diz Carlos Quaresma.

O material ortopédico que envia, cadeiras de rodas, camas eléctricas, andarilhos eléctricos e canadianas, entre outros, é dado à fundação AGAPE pelos hospitais suecos.

"Aqui renovamos todos os anos os hospitais e as clínicas. Como eu trabalho para o Estado e abri a fundação, esse material vai todo para a fundação e, a partir daí, é doado para quem pede", explica à Lusa.

Desde que começou com este trabalho solidário, Carlos Quaresma já enviou 78 camiões com material para Portugal, de 12 a 15 toneladas cada um.

Do lado português, lamenta que o ministério da Saúde "não se interesse" por quem precisa desses materiais e que o Governo nunca o tenha contactado para dizer apenas: "Epá, obrigado pelo trabalho que está a fazer."

Carlos Quaresma atribui a culpa da situação do nosso país aos "senhores da política" porque "são todos aldrabões".

"Portugal devia ser um país de sol, de luxo, mas não é porque os políticos vivem de aparências. Se fossem como os políticos da Escandinávia, o país estava uma maravilha. Éramos o país de mais luxo no mundo", defende.

Carlos Quaresma lamenta também que haja "milhões e milhões" para o futebol, mas não haja para a saúde e a educação.

FONTE: Correio da Manhã

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