Abordagens a testemunhas levaram advogados a requerer intervenção policial, pedido que foi apoiado pelo Ministério Público e deferido pela juíza.
Um dos jovens vítimas de abusos sexuais na Casa Pia que foi aliciado para desmentir as acusações feitas em tribunal voltou a ter protecção do Corpo de Segurança Pessoal da PSP, depois de ter sido abordado, em casa e no seu local de trabalho, e ameaçado.
Segundo apurou o CM, além de ‘Nuno’ (nome fictício) a PSP está ainda a fazer uma reavaliação do risco em relação a outras vítimas, entre as quais ‘Diogo’, cujo testemunho foi considerado pelo tribunal como "muito relevante" para a condenação dos arguidos.
As vítimas de abusos sexuais na Casa Pia tiveram protecção policial desde o início do processo, em 2002, até testemunharem em tribunal, em 2006, tendo-lhes sido então retirada. No entanto, agora, e face às várias tentativas de aliciamentos e, em alguns casos, ameaças, os advogados entenderam requerer novamente a intervenção do Corpo de Segurança Pessoal da PSP. Segundo apurou o CM, o pedido, que baixou à primeira instância, foi apoiado pelo Ministério Público e deferido pela juíza Flávia Macedo, a magistrada que ficou com o caso nas varas criminais após o final do julgamento.
No caso de ‘Nuno’, que disse ter sido aliciado pelo mesmo jornalista que entrevistou Carlos Silvino em Janeiro, quando este desmentiu as acusações, a segurança terá sido imediatamente atribuída, uma vez que o jovem, que não cedeu ao aliciamento, se queixou posteriormente de ameaças. Já em Março, Ilídio Marques deu uma entrevista ao mesmo jornalista – que escreveu um livro com Marluce, ex-mulher de Carlos Cruz – em que diz que não foi abusado pelas pessoas que acusou, sendo que Francisco Guerra garante ter uma gravação em que o colega confessa que mudou a versão a troco de dez mil euros para pagar o carro da namorada.
O acórdão do processo Casa Pia foi lido a 3 de Setembro e seis dos sete arguidos foram condenados a penas de prisão efectivas – apenas a dona da casa de Elvas, Gertrudes Nunes, foi absolvida. O processo está agora na fase de recursos no Tribunal da Relação de Lisboa.
FONTE: Correio da Manhã
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