15 de abril de 2011

Cem pessoas juntaram-se à família na última despedida à jovem modelo

"Tenho a certeza de que a minha filha não se suicidou. E por isso quero olhá-lo nos olhos", disse ontem Girley, no funeral da filha Jeniffer, referindo-se a Miguel Alves da Silva, ex-namorado da vítima que não foi ao cemitério do Lumiar, Lisboa. Uma perícia da PJ confirma que a carta de despedida tem a letra da jovem modelo brasileira, que na última sexta-feira caiu do 15º andar na Torre de São Rafael, no Parque das Nações, mas "isso nada prova" a Girley. "A letra sim, mas não eram palavras dela. A Jeniffer foi ameaçada."

Na última despedida, Girley e Solange, mãe da vítima, choraram agarrados ao filho mais novo, Jonathan. "Dói tanto", dizia a mãe, ao abraçar-se a dezenas de ramos de flores depositados por vários jovens amigos da manequim de 17 anos.

"Terminou tudo aqui. Ela era uma excelente filha. É pena que o sonho tenha terminado", chorava o pai, não conseguindo controlar a emoção. Miguel Alves da Silva, dono da casa onde ocorreu a tragédia e a última pessoa a ver a jovem com vida, não esteve no funeral nem no velório. Limitou-se a enviar um ramos de flores, em que escreveu uma curta mensagem: "Descansa em paz." (ver peça secundária)

"Se fosse eu e não tivesse nada a ver com o assunto, não tinha medo de vir cá e prestar uma última homenagem. Como se diz no Brasil, se eu não tivesse o rabo preso, não temia", disse Girley, de voz embargada. Emocionado, o pai de Jeniffer, que só deve abandonar Portugal na próxima semana, disse que gostava de ver o empresário de 31 anos.

"Ele sabe o meu contacto. Ele não fala comigo porque não quer. Tem o meu número porque me ligou quando a minha filha era viva. Eu é que não tenho maneira de falar com ele, senão já o tinha feito. No fundo, quero olhá-lo nos olhos", admitiu ao CM.

Questionado sobre o que perguntaria a Miguel Alves da SIlva, Girley sorriu. "Isso agora é comigo. Tinha algumas coisas para lhe dizer, mas ele tinha de estar a olhar para mim", respondeu o pai da vítima, que quer falar com a PJ.

Girley continua a dizer que a jovem não se atirou do 15º andar. "Eu tenho a certeza de que a minha filha não se suicidou, e isso eu posso garantir a quem quiser", foi peremptório

Ao que o CM apurou, os especialistas do Laboratório de Polícia Científica da PJ já analisaram a carta de despedida de Jeniffer, encontrada na casa de Miguel, e concluíram que a letra é de Jeniffer.

Confrontado, ainda assim o pai da jovem não acredita. "Eu nunca disse o contrário. A mãe viu a carta e percebeu que a letra era dela, mas não eram palavras dela. Ela foi ameaçada", garante.

IMPRENSA BRASILEIRA EM PESO


Mal se soube que a vítima da queda do 15º andar era uma manequim de apenas 17 anos e de nacionalidade brasileira, a imprensa do Brasil não parou de seguir a história, tentando sempre falar com os pais de Jeniffer e ainda procurando obter conclusões da investigação, que cabe à Polícia Judiciária. No dia do velório da jovem, anteontem, uma equipa de repórteres do portal de notícias ‘eband', de São Paulo, chegou a Portugal para fazer várias reportagens sobre a família de Jeniffer e ainda sobre os amigos. Tencionam ficar em Portugal até à próxima semana.

PLAYBOY DEIXOU DE SER VISTO EM EVENTOS

Playboy, presença habitual nos bares da moda da capital e organizador de festas privadas, a vida de Miguel Alves da Silva mudou radicalmente desde que Jeniffer Viturino caiu da janela do 15º andar da sua luxuosa casa na Torre de São Rafael, no Parque das Nações. Para além de mandar duas empregadas recolherem a sua roupa daquela casa, mudando-se para outro local, o empresário não tem sido visto à noite - moradores do prédio viram duas mulheres sair da casa do empresário com alguns sacos com roupa e artigos pessoais. Vários amigos comuns a Miguel e Jeniffer Viturino estiveram no funeral da manequim, mas recusaram prestar quaisquer declarações. Segundo o CM apurou junto de amigos próximos de Miguel, o empresário de 31 anos mal tem saído de casa depois da morte de Jeniffer. Ontem, não se despediu da ex-namorada.

EX-NAMORADO FALTA A FUNERAL E MANDA ENTREGAR FLORES


Miguel Alves da Silva foi a ausência mais notada no funeral de Jeniffer Viturino, às 16h00 de ontem, no cemitério do Lumiar. Segundo amigos da manequim, o empresário de 31 anos apenas mandou entregar, através da agência funerária, um ramo de flores brancas com a mensagem "Descansa em paz". "Ninguém se apercebeu da chegada destas flores por nenhum amigo. Acho que no fundo ninguém tinha coragem de entregar flores em nome dele", disse ao CM uma amiga da jovem modelo, desolada.

Foi o irmão mais novo de Jeniffer, Jonathan, quem segurou nas flores enviadas por Miguel Alves da Silva. Ao ver isso, Solange, mãe da jovem, trocou algumas palavras com o filho mais novo e este apenas respondeu. "O que tem de mal? Foi ele que enviou. Ele pode não ter a ver com isto." Recorde-se que Miguel Alves da Silva disse ontem ao CM que a morte de Jeniffer Viturino "foi um trágico acidente" e ainda que não tinha "problema nenhum em falar com o pai da Jeniffer". "Falarei com todo o gosto", afirmou.

Segundo disse Miguel Alves da Silva quando foi interrogado pela Polícia Judiciária, Jeniffer dormiu em sua casa na noite da queda fatal depois de uma discussão.

Veja o vídeo aqui

FONTE: Correio da Manhã

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