A Maternidade Alfredo da Costa, a maior de Portugal, está a pedir donativos aos utentes e familiares para ajudar nas despesas, perante restrições orçamentais, medida criticada pela associação dos administradores hospitalares, que fala em "esquema encapotado de financiamento".
O pedido de donativos tinha sido inicialmente noticiado pelas rádios Renascença e TSF.
Em declarações à agência Lusa, o director da maternidade, Jorge Branco, disse que, desde esta semana, as cartas de confirmação e marcação de consultas e os recibos de taxas moderadoras têm o número de identificação bancária da instituição, para o qual, se assim o entenderem, utentes e familiares podem fazer o donativo, no montante que quiserem.
Trata-se de uma prática "muito comum" noutros países europeus que "não é ilegal" e que, segundo Jorge Branco, "pode ajudar nas despesas" da maternidade, unidade financiada pelo Estado que enfrenta um "orçamento muito restritivo".
"Os beneficiários [dos donativos] são as próprias pessoas [utentes]", vincou, esclarecendo que nenhum serviço da maternidade está em causa, apesar das restrições orçamentais.
O gesto de solidariedade que é solicitado aos utentes da Alfredo da Costa, ainda sem frutos, "não é o mais adequado", de acordo com o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Pedro Lopes, que considera-o um "esquema encapotado de financiamento".
Em declarações à Lusa, Pedro Lopes lembra que "os hospitais negoceiam com a tutela um contrato-programa" em função das suas necessidades.
O responsável defende que a sociedade civil "deve contribuir para a saúde", mas para "projectos concretos".
FONTE: Correio da Manhã
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