Arguidos proferiram frases intimidatórias a diversos polícias enquanto foram ouvidos no Tribunal de Penafiel.
Altamente perigosos, os 26 elementos da Máfia do Vale do Sousa, detidos na passada terça-feira numa megaoperação da PJ do Porto, ameaçaram de morte vários policias que os encaminharam até ao Tribunal de Penafiel, onde foram ouvidos durante os últimos dias. As frases intimidatórias, proferidas alto e bom som em pleno corredor do tribunal, foram um dos fundamentos para os juízes decretarem prisão preventiva a sete dos 26 detidos.
A decisão do tribunal, que mandou para a cadeia o núcleo duro do gang, no qual se encontram os dois cabecilhas – ‘Toninho Peixeiro’ e ‘Tozé’ –, foi fundamentada essencialmente no perigo de perturbação da ordem pública e no perigo de destruição de provas. Além dos chefes da máfia, foram ainda presos ‘Gusto Peixeiro’, Américo Peixeiro, Orlando ‘Ninja’, ‘Rui Cavaleiro’ e ‘César Camião’. Vão aguardar julgamento separados: uns foram para Custóias e outros para Paços de Ferreira. Já Paulo Baptista, Cláudio Pereira e Tiago ‘Maneta’ ficaram em prisão domiciliária. Os restantes 16 suspeitos foram sujeitos a medidas de coacção mais leves.
Além de terem espalhado o terror na zona do Vale do Sousa, obrigando os proprietários de estabelecimentos nocturnos a pagar uma mensalidade para terem segurança, o juiz também teve em conta o facto de os arguidos terem feito vigilância cerrada a um subcomissário da PSP – o qual foi brutalmente agredido por Américo Peixeiro –, e até a um magistrado, ao qual destruíram a casa.
Devido ao medo que durante vários meses imperou na zona do Vale do Sousa, a PJ só agora irá começar a ouvir os donos dos estabelecimentos. O facto de poderem ser vítimas de retaliações por parte do grupo, caso o denunciassem, levou a que muitos comerciantes vivessem em silêncio. Com os cabecilhas na cadeia, os inspectores acreditam agora que a reacção seja positiva e que colaborem na investigação.
MEGAOPERAÇÃO DA PJ DO PORTO
Mesmo em greve às horas extras, a directoria da PJ do Porto conseguiu desmantelar os dois grupos altamente perigosos e estruturados. Em vez de terem começado a megaoperação às 07h00, como é hábito, os inspectores avançaram por volta das 09h00. Esta foi a maior operação desde a ‘Noite Branca’.
MÁFIA TINHA CONTACTOS NA GNR
Durante as investigações foi possível concluir que os suspeitos mantinham contactos passíveis de pôr em causa a investigação. Nas escutas telefónicas constam várias conversas de Rui ‘Cavaleiro’ e Orlando ‘Ninja’ que fazem referência ao facto de terem conhecimento e falarem regularmente com elementos da GNR, assim como com funcionários judiciais, os quais até chegaram a contactar.
Paulo Baptista , companheiro de Rui ‘Cavaleiro’, ambos ligados à segurança nocturna, é ainda suspeito de ser o autor de vários disparos de arma de fogo, efectuados num estabelecimento de diversão nocturna na Baixa da cidade do Porto. Foi acusado de tentativa de homicídio. No entanto, a arma usada no crime nunca foi recuperada pela Polícia Judiciária.
No tribunal compareceram nos últimos dias centenas de familiares e curiosos. Muitos pediam a condenação do gang para poderem viver em paz e sem agressões.
FORTES MEDIDAS DE PROTECÇÃO
Por se tratar de um grupo altamente temido por todos, cadastrado e perigoso, durante o período em que os suspeitos foram ouvidos por um juiz de instrução, no Tribunal de Penafiel, foram pedidas fortes medidas de segurança de forma a proteger todos os envolvidos.
FONTE: Correio da Manhã
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