13 de maio de 2011

Sócrates dispara dívida

42% da dívida directa do Estado foi contraída com o actual primeiro-ministro, desde 2005.

A dívida directa do Estado atingiu em Abril os 158 mil milhões de euros. Isto significa que cada português deve perto de 15 mil euros e que a dívida pública do Estado, sem contar com autarquias e empresas públicas, já atingiu os 91,7 por cento do PIB, que é a riqueza produzida no país durante um ano.

Os números, ontem revelados pelo Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP), mostram que a dívida directa do Estado subiu 6,4 mil milhões de euros em 2011, até Abril, para 158 177 mil milhões de euros: o estado endivida-se ao ritmo de 53 milhões de euros por dia.

A subida na dívida, que em 1999 estava nos 62,9 mil milhões de euros, teve a maior subida durante a governação de Sócrates. O socialista, que chegou ao Governo em 2005, herdou uma dívida do Estado de 90,7 mil milhões de euros. Desde então, até Abril deste ano, a dívida aumentou em 67 mil milhões de euros. Isto significa que 42% do total da dívida do Estado que Portugal hoje tem para pagar foi feita durante os dois executivos de Sócrates. Só entre Março e Abril a subida na dívida directa foi de 5,7 mil milhões de euros. À dívida da Administração Central há ainda que somar a das autarquias e empresas públicas. Acreditando que a dívida das autarquias se mantém estável, são mais 9,55 mil milhões de euros a contabilizar.

Os dados do IGCP apontam ainda para uma fuga dos certificados de aforro, com os portugueses a levantarem 737 milhões de euros no mês em que Portugal pediu ajuda externa. Nunca se retirou tanto dinheiro de certificados de aforros. Os certificados do Tesouro com taxas de rendimento mais elevadas têm registado sucessivos máximos. Em Abril, os portugueses aplicaram 137 milhões de euros neste produto e resgataram 48 milhões: é um saldo líquido de 89 milhões de euros.

JUROS SÃO UM TERÇO DA AJUDAg


Cerca de um terço daquilo que Portugal terá de pagar pela ajuda financeira é juros. Bruxelas terá acordado num juro médio de 5,7 por cento durante sete anos e meio pelos 52 mil milhões de euros. Tendo em atenção os juros, entre 3,25 e 4,25 por cento do Fundo Monetário Internacional, Portugal recebe 78 mil milhões de euros mas paga 108 mil milhões de euros.

As taxas de juro, criticadas por serem elevadas, vão permitir a Bruxelas um encaixe de mais de 20 mil milhões de euros em troca da ajuda financeira.

FONTE: Correio da Manhã

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