4 de maio de 2011

Portugueses são dos mais penalizados nos preços dos medicamentos

O porta-voz do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos disse esta quarta-feira que os dados que indicam que os portugueses são dos que mais contribuem para a compra de fármacos não são novos mas provam uma injustiça.

Um estudo da Direcção Geral de Políticas Internas da União Europeia, que será apresentado hoje, indica que Portugal é um dos países da União Europeia em que o sistema de saúde menos contribui na comparticipação de medicamentos, com o utente a pagar um terço do valor dos remédios.

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos, Carlos Braga, referiu que estes dados "não são novidade" mas indicam que os portugueses são dos mais penalizados.

"Os portugueses são dos mais penalizados em comparação com os restantes países da União Europeia no que se refere ao pagamento dos medicamentos. Isto é uma consequência das medidas que têm vindo a ser tomadas pelo Governo no sentido de reduzir a comparticipação nos medicamentos", disse.

Carlos Braga adiantou não compreender a razão pela qual os utentes portugueses, que têm salários baixos, têm de pagar tanto pelos medicamentos.

O mesmo estudo refere que Portugal registou uma média de três mexidas por ano na política do medicamento na última década, mas essas medidas de contenção da despesa pouco fizeram para evitar o crescimento dos gastos com remédios.

No estudo conclui-se também que as parafarmácias praticam preços, em média, seis por cento mais baixos do que as farmácias nos medicamentos não sujeitos a receita médica.

No entender de Carlos Braga, estes dados vêm, mais uma vez, "provar que há um lobby instituído na área dos medicamentos" e exortou o Governo a "tomar medidas no sentido de haver uma regulação entre aquilo que são os preços praticados nas farmácias e nas parafarmácias".

"Há um lobby forte criado no sector do medicamento que cria problemas de ordem financeira aos utentes. Exigimos uma política do medicamento que tenha em consideração aquilo que são os direitos e interesses dos doentes e do Governo que também é penalizado através dos medicamentos que comparticipa", disse.

FONTE: Correio da Manhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário