"Os
que se auto-intitulam doutores obrigam os caloiros a ingerirem grandes
quantidades de bebidas alcoólicas, logo pela manhã, a fumar e, o que é
mais grave, a faltar às aulas para marcarem presença nas sessões de
praxe", disse ao Correio da Manhã um dos pais, que preferiu não se
identificar, com receio de represálias sobre o filho.
Para
este pai, que está disposto a levar o caso até às últimas
consequências, "o que se passa, em termos de praxe, na Universidade do
Minho ultrapassa todos os limites". Adianta que "os chamados doutores
agem com total impunidade, como se fossem os donos da academia".
"Não
é admissível que os alunos se convençam de que o primeiro ano é para
chumbar porque os colegas mais velhos resolvem estender a praxe pelo ano
todo, em vez de a confinarem à chamada semana de recepção ao caloiro",
disse ao Correio da Manhã Manuel Almeida, outro dos pais indignados.
Contactado
pelo CM, o vice--reitor Rui Vieira de Castro disse que "a reitoria da
Universidade do Minho repudia com toda a veemência quaisquer exageros
nas praxes e promete instaurar processos de averiguações, que podem
evoluir para processos disciplinares, em todos os casos concretos que
lhe chegarem ao conhecimento".
Referindo que não
teve, pelo menos até agora, conhecimento de nenhum caso de exagero nas
praxes, Rui Vieira de Castro pede a todos os que possam ser vítimas de
tais atitudes que as comuniquem à reitoria.
Na
Universidade do Minho, a semana de recepção ao caloiro terminou na
sexta-feira, mas as praxes irão continuar até Maio do próximo ano.
REITOR RETIRA DO PROTOCOLO A FIGURA DO 'PAPA'
O
reitor da Universidade do Minho, António Cunha, tem lutado contra todos
os exageros nas praxes, pretendendo que "essa prática se restrinja à
semana do caloiro e decorra de forma civilizada". Uma das primeiras
atitudes antipraxe foi retirar do protocolo da recepção ao caloiro a
figura do ‘Papa’, que é o aluno com maior número de inscrições na
Universidade do Minho. "Não fazia sentido pôr o pior dos alunos a dar as
boas--vindas aos novos estudantes", justificou a reitoria.FONTE: Correio da Manhã
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