A
EMEL (Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa) está a enviar
cartas registadas por correio para cobrar as multas aos automobilistas.
Em causa estarão milhares de coimas com quase dois anos e que estão
prestes a prescrever.
Esta correria da EMEL para
encher o cofre, antes do final do ano, está a entupir as caixas de
correio e as estações de distribuição dos CTT desde o início de Outubro.
É que a EMEL está a enviar uma carta por infracção e, ao que o CM
apurou, há muitos automobilistas que coleccionam multas de
estacionamento às dezenas, principalmente por falta de pagamento do
parquímetro. Se um automobilista tiver acumuladas 20 multas, receberá na
sua caixa de correio 20 missivas registadas.
Fonte
dos CTT confirmou ao CM, sem quantificar o número de cartas que a EMEL
está a enviar, o aumento de actividade nos serviços, mas garantiu que os
correios estão a dar conta do recado. "Temos conhecimento deste aumento
significativo e estamos a coordenar a distribuição com o cliente",
disse a fonte, sublinhando que os CTT estão habituados a trabalhar com
estas situações, efectuando reforços nas zonas onde sabem de antemão que
aumenta o trabalho.
Já a EMEL preferiu qualificar
o envio das cartas como algo "resultante da actividade normal e do
cumprimento das regras" e recusou prestar qualquer informação adicional.
Apesar do exercício positivo com resultados líquidos de 537 mil euros
em 2010, a empresa tem um passivo de quase 27 milhões. De acordo com o
relatório de contas de 2010, o passivo aumentou 3,3 milhões face a 2009.
Mesmo
assim, em Setembro de 2011, o presidente da EMEL, António Júlio de
Almeida, dizia não compreender porque é que o Bloco de Esquerda (BE)
pediu a extinção da empresa. "Desde 2007 que a empresa está em
crescimento contínuo", disse.
FUNCIONÁRIOS NÃO PAGAVAM MULTAS À PRÓPRIA EMPRESA
Os
próprios funcionários da EMEL chegaram a acumular dívidas de milhares
de euros, em multas por estacionamento irregular em zonas geridas pela
empresa, infracções já noticiadas pelo CM. Uma secretária do presidente
da EMEL, António Júlio de Almeida, tinha 282 avisos de pagamento, que
totalizavam 1296 euros. Outra funcionária do departamento de
contra-ordenações da EMEL tinha 496 avisos de taxas de estacionamento,
num total de 2371 euros.FONTE: Correio da Manhã
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