Para atingir 102 milhões de poupança inscritos no relatório do
OE/2012, é necessário um corte drástico no corpo docente a contrato.
O Ministério da Educação pretende poupar, em 2012, 102 milhões de
euros com professores contratados. Um objectivo que, para ser cumprido,
implica que cerca de 20 mil profissionais não tenham lugar nas escolas
no próximo ano lectivo.
A medida de poupança vem inscrita no relatório do Orçamento de Estado
para 2012. No documento, o Governo explica que estes 102 milhões de
euros - de uma redução de despesa global que deverá atingir os 600
milhões de euros nas pastas da Educação e da Ciência - serão conseguidos
através da "supressão de ofertas não essenciais no ensino básico."
Concretizando, o ministério adianta que ali se incluem medidas como a
supressão da área de projecto nos 2.º e 3.º ciclos; o ajustamento do
estudo acompanhado no 2.º ciclo e a sua supressão no 3.º ciclo; e em
"outras a anunciar oportunamente". E terão de ser várias. A fusão das
disciplinas de História e a Geografia, o fim do par pedagógico em
Educação Visual e Tecnológica (passando de dois professores para apenas
um), o fim do carácter obrigatório da segunda disciplina estrangeira ou
até a redução de horas a Educação Física são algumas das hipóteses
avançadas.
Certo é que esta é uma poupança que diz directamente respeito a uma
diminuição de encargos com salários de professores contratados. Um
universo que, apurou o Económico, se situa já na casa dos 27 mil, depois
da 5.ª bolsa de recrutamento, que ocorreu no passado dia 13 de Outubro.
Segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2012, o Governo prevê
uma redução na despesa na ordem dos 600 milhões de euros (cerca de 0,4%
do PIB) para a área da Educação e Ensino Superior "envolvendo a
racionalização no uso de recursos, quer no número de escolas quer no
número de professores contratados". Recorde-se que, como o Diário
Económico noticiou, na versão preliminar do documento, falava-se mesmo
em medidas conducentes a um "impacto significativo" na redução de
recursos humanos da Educação. Na versão final do documento, confirma-se
que a maior fatia de despesas desta tutela diz respeito a custos com
pessoal, que atinge um valor consolidado de 5.087 milhões de euros (62%
da estrutura de despesas).
FONTE: Diário Económico
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