"Não
há verba para pagar às Misericórdias e não podemos estar a contratar
novos serviços", afirmou o ministro, durante uma resposta no Parlamento
no âmbito da interpelação ao Governo sobre política de saúde, a pedido
do PCP.
No final do debate, em
declarações aos jornalistas, o ministro reconheceu que há dívidas às
Misericórdias em relação às quais ainda não está definido como serão
pagas: "Há dívidas em relação às quais tem de ser visto como são
reunidos os meios para as liquidar".
Paulo
Macedo adiantou que "tem de ser feito o esforço de priorizar as
necessidades presentes", acrescentado que é sabido que não há verba para
os três mil milhões de dívidas contraídas que o Serviço Nacional de
Saúde tem actualmente para pagar.
O
tema da falta de verbas para pagar às Misericórdias surgiu numa resposta
do governante à deputada socialista Luísa Salgueiro, que levantou uma
questão sobre o estado da rede de cuidados continuados.
Durante
o debate, o Bloco de Esquerda indignou-se com o que diz ser a ausência
de medidas do Governo para evitar a saída de médicos do Serviço Nacional
de Saúde (SNS). "Em 100 dias de governação, o senhor ministro não
encontrou um minuto para encontrar uma solução que facilite o regresso
de médicos reformados e para evitar a sangria de médicos do SNS",
manifestou o bloquista João Macedo.
Bloco
de Esquerda e PCP mostraram-se ainda contra o que dizem ser a cedência
do Governo aos privados, com João Macedo a sugerir a Macedo que corte
15% nos mais de 300 milhões que as parcerias público-privadas vão custar
num ano.
Também o PCP acusou o
Governo de "favorecer os hospitais privados" e de não revelar o montante
exacto de transferência do Orçamento do Estado para estas unidades.
Pela voz de Bernardino Soares, os comunistas criticaram a manutenção do
contrato com o Grupo Mello no hospital de Braga, lembrando ao ministro
da Saúde que "este dinheiro é dos contribuintes".
Sobre
a transferência de verba para os hospitais privados, o ministro apenas
referiu que será menor do que o total da despesa da Administração
Regional de Saúde do Centro, perto de 600 milhões de euros.FONTE: Correio da Manhã
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