21 de outubro de 2011

Mário Nogueira: "Despedimentos de professores do quadro é inevitável"

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) diz que os cortes anunciados na Educação para 2012 pelo Governo só poderão concretizar-se com o despedimento de docentes que fazem parte dos quadros das escolas.

"É mentira aquilo que tem sido dito pelo Governo de que este corte brutal, violento, que vão fazer nos salários a partir de Janeiro, a acrescentar  ao violento corte deste ano, é para evitar despedimentos", garantiu hoje  o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, no final de uma reunião com  a direcção do PCP em Lisboa.  
"Para poder fazer reduzir o orçamento desta forma, milhares e milhares  de professores vão ficar fora do sistema de ensino no próximo ano, muitos  deles dos quadros", acrescentou.  
Mário Nogueira reiterou os números que já tinha avançado quando foi  conhecida a proposta de Orçamento do Estado para 2012: no próximo ano haverá  menos 20 mil professores nas escolas públicas, "a acrescentar aos 12 500  que este ano também ficaram de fora".  
O líder da maior estrutura sindical do sector explicou que o Governo  anterior estimou que a opção de a disciplina de Educação Visual e Tecnológica  (EVT) passar a ter só um professor (antes eram dois) se traduzirá numa poupança  de 43 milhões de euros.   
"Este ano, as alterações curriculares prevêem uma poupança de 102 milhões  de euros, duas vezes e meia mais. O que significa que para além dos professores  de EVT estão em causa os professores das línguas, da segunda língua que  sai do básico, de História, de Geografia, com horas que são reduzidas...  E se olharmos para a disciplina de História, por exemplo, quase não há professores  contratados, portanto, o corte é em professores do quadro", afirmou.  
O Ministério da Educação e Ciência vai cortar 864 milhões de euros de  despesa em 2012, face à estimativa de 2011, de acordo com proposta de Lei  de Orçamento do Estado para o próximo ano. Esta redução já inclui os resultados  a ser obtidos com os cortes nos subsídios de férias e de Natal.  
Segundo Mário Nogueira, os cortes no sector em 2011 e 2012 são o equivalente  a 1% do PIB e "as escolas não vão ter dinheiro para se manter abertas até  final do ano lectivo", acusando o ministro Nuno Crato de "estar a fazer explodir  o sistema educativo português e a escola pública".  
"Da nossa parte, toda a luta vai ser pouca para nos opormos a este caminho  de destruição que está a ser percorrido", acrescentou, apelando à participação  dos professores na greve geral de 24 de Novembro e nos plenários que serão  promovidos em todas as capitais de distrito no dia 27 de Outubro.  


FONTE: Correio da Manhã

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