Durante
uma conferência promovida pelo Diário Económico, em Lisboa, Pedro
Passos Coelho advertiu que 2012, "sendo o próximo ano o mais duro do
ajustamento, não será o último", mas manifestou-se seguro de que o seu
Governo está na "direcção certa".
"Não vale a
pena fazer demagogia sobre isto, nós sabemos que só vamos sair desta
situação empobrecendo - em termos relativos, em termos absolutos até, na
medida em que o nosso Produto Interno Bruto (PIB) está a cair",
afirmou.
O primeiro-ministro ressalvou que "isso
vai ser feito para sair desta crise", para Portugal recuperar "um
trajecto de crescimento económico" e não para ficar "no buraco
orçamental em que as medidas restritivas retro alimentam
consecutivamente a perda de competitividade e a recessão económica"
"O
que estamos a fazer é para sair da recessão, não é para agravar a
recessão", reforçou Passos Coelho, sublinhando que o Governo PSD/CDS-PP
está consciente das dificuldades e não tem "prazer rigorosamente nenhum
em estar a penalizar seja quem for".
"Mas se
alguém souber de uma forma de diminuir a dívida, o défice, enriquecendo e
gastando mais, digam, se fazem favor, porque todos nós estaríamos em
condições de adoptar essas medidas fantásticas", observou, em seguida,
acrescentando que desconhece "essa maneira de produzir resultados".
Passos
Coelho referiu que outros países já fizeram "ajustamentos económicos"
com sucesso e conseguiram "redesenhar a sua máquina pública", passando
por uma fase de "desemprego elevado e recessão económica", dando como
exemplo o que aconteceu no Canadá no final dos anos 90 e o processo em
curso na Irlanda.
Depois de defender que é
preciso aumentar as exportações para fora da Europa e apostar "em
inovação e em espírito empreendedor" para "mudar o regime económico em
Portugal", o primeiro-ministro terminou a sua intervenção com uma
"mensagem razoavelmente optimista".
"Sinto que
estamos a fazer aquilo que é preciso, que a nossa direcção é a direcção
certa", afirmou Passos Coelho, admitindo, porém, que é sempre possível
"afinar as políticas".
"Tenho dito - não é para
responder a ninguém, é por honestidade intelectual ninguém é dono da
verdade - que ninguém tem sempre as políticas certas", mas "temos de
saber qual é o caminho que queremos trilhar", completou.
FONTE: Correio da Manhã
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