A
proposta para discussão pública está no relatório sobre a Análise da
Sustentabilidade Financeira, disponível no site da Entidade Reguladora
da Saúde (ERS), e é apresentada num pacote de soluções inovadoras, que
aliás são preteridas em função da aplicação concreta dos diagnósticos já
conhecidos.
Entre outras soluções inovadoras
face às habituais nestes relatórios, estão os "jogos de azar e,
eventualmente, também jogos online e concursos televisivos com chamadas
de valor acrescentado, [que] poderiam constituir a base para a inclusão
de uma componente de receita direccionada para o SNS".
O
relatório lança também para discussão a possibilidade de implementar
"novos sistemas de cobrança de taxas moderadoras, atenta a ineficiência
dos actualmente existentes", e "a possibilidade de o valor a liquidar a
título de taxa moderadora poder estar directamente dependente da cor
atribuída ao utente, de entre as indicadas na Triagem de Manchester", o
que faria que quanto mais grave fosse a situação, mais seria o custo
para o doente.
A ERS defende a aplicação dos
diagnósticos já feitos em vez de inventar soluções inovadoras sem
resultados garantidos: "O acumulado de diversas análises já efectuadas
demonstra que a sustentabilidade económico-financeira do SNS carece mais
de uma efectiva implementação e execução de medidas reiteradamente
apresentadas, do que propriamente de novas ou inovadoras propostas de
solução", diz a ERS no relatório que foi hoje disponibilizado no site da
entidade liderada por Jorge Simões.
No
relatório 'Análise da Sustentabilidade Financeira do SNS', o regulador
explica que "não se estabelecem cenários de alterações de paradigmas ou
modelos" e sublinha que, "pelo contrário, parte-se do pressuposto de que
o Programa do XIX Governo Constitucional mantém o modelo de SNS
actualmente existente", o que limita as propostas que poderiam ser
apresentadas com base noutros relatórios, como por exemplo o de 2007,
que dava como hipótese a consignação de um contribuição fiscal
extraordinária para a Saúde ou o fim dos subsistemas, além de fortes
alterações no modelo fiscal.
Assim, entre as
hipóteses já apresentadas em vários estudos, os autores deste salientam a
necessidade de "verificar da possibilidade de reorganizar a rede
hospitalar com financiamento público, permitindo uma redução de
redundâncias geo-espaciais de cobertura, sem aumentar a desigualdade de
acesso aos cuidados de saúde; da possibilidade de aumentar a eficiência
do SNS por combinação eficiente das profissões de saúde; das forma(s) de
organização das unidades hospitalares que privilegia(m) ou fomenta(m) a
mobilidade de recursos humanos na saúde; e da possibilidade de revisão
do sistema de convenções do SNS, melhorando o acesso e a qualidade dos
cuidados prestados a par com a redução de despesa".
FONTE: Correio da Manhã
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