Os
reformados do sector privado que recebem acima de 1500 euros por mês
vão perder, em média, 5% das suas pensões em 2012, com o pagamento de
uma contribuição extraordinária. É criada uma nova taxa sobre as pensões
acima dos 1500 euros. A medida está prevista no memorando da troika e,
segundo confirma ao Correio da Manhã fonte governamental, irá ser
aplicada no próximo Orçamento do Estado como foi acordada pelo anterior
governo de José Sócrates com o FMI e União Europeia.
Na
prática, o regime que foi aplicado em 2011 aos pensionistas da Função
Pública será alargado aos reformados do sector privado. São abrangidos
210 mil pensionistas: 140 mil reformados do Estado e cerca de 70 mil do
regime geral da Segurança Social. A esmagadora maioria das chamadas
‘pensões douradas’ – que incluem as reformas de altos funcionários
públicos e políticos – não se encontra na Segurança Social, mas na Caixa
Geral de Aposentações.
Como diz ao CM fonte
governamental, "as taxas e os impostos previstos no Orçamento do Estado
para 2012 estavam já previstas pelo anterior governo". Mais: "Trata-se
de aplicar uma imposição dos memorandos da troika, negociados antes das
últimas eleições de 5 de Junho".
As verbas
obtidas com a nova taxa sobre as pensões revertem na sua totalidade para
o Orçamento do Estado. No documento orçamental final que está previsto o
ministro das Finanças, Vítor Gaspar, entregar no conselho de ministros
extraordinário de segunda--feira será explicado o mecanismo de
funcionamento da nova contribuição extraordinária.
No
Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) 4, o anterior
primeiro--ministro José Sócrates já tinha assumido cortes "nas pensões
acima de 1500 euros", que não chegou a ser aplicada, em virtude da queda
do Executivo. A medida será aplicada por Passos Coelho.
PENSÕES DE 2 MIL EUROS PERDEM UMA MENSALIDADE
Na
prática, esta nova taxa ou contribuição fiscal progressiva que vai ser
aplicada em 2012 também nas pensões do sector privado traduz-se na perda
de um salário líquido por ano para os reformados com pensões entre dois
mil e três mil euros, ou na redução de dois salários líquidos nos
pensionistas com reformas que sejam superiores a quatro mil euros. No
entanto, apenas atinge reformados com pensões que não desçam abaixo dos
1500 euros (cálculo feito depois da aplicação da taxa).FONTE: Correio da Manhã
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