8 de setembro de 2011

Ano lectivo sob signo da crise

Sob o signo da crise e dos cortes impostos na Educação, o ano lectivo arranca oficialmente entre hoje e dia 15, por entre muitas preocupações. Os directores de escolas alertam que não têm ninguém para gerir os equipamentos informáticos; os sindicatos temem um aumento das pressões para que os professores trabalhem de borla; os pais avisam que os alunos mais carenciados podem iniciar o ano sem livros. Já o Ministério da Educação e Ciência garante que "o ano lectivo irá começar e decorrer com toda a tranquilidade".

"Foram retirados os créditos para gerir a parte informática, milhões postos nas escolas em quadros interactivos e computadores que são deitados fora", avisa Adalmiro Fonseca, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, avisando que "as escolas podem ficar paralisadas se não houver ninguém para reparar uma avaria". Para o dirigente, resta apelar à ‘carolice’ dos professores, reconhecendo que "não é correcto".

Mário Nogueira, secretário--geral da Fenprof, afirma que, com a redução do crédito global de horas, "as escolas só funcionarão se os professores trabalharem graciosamente" e aconselha os docentes a não aceitarem. "Espero que nenhum director utilize o seu poder para pressionar os professores a trabalharem de forma gratuita", diz, antevendo "um ano complicado, sabemos quando começa, não sabemos como vai acabar".

Jorge Ascenção, vice-presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais, alerta que "há famílias carenciadas, com dificuldade em comprar manuais". "Os pais foram aconselhados a adquirir primeiro e esperar pelo reembolso, mas há famílias que não conseguem comprar", explica, afirmando desconhecer a dimensão do problema.

GOVERNO DIZ QUE TEVE POUCO TEMPO

O secretário de Estado da Educação, João Casanova de Almeida, lembrou ontem que o Governo entrou em funções "no momento de encerramento e lançamento do ano lectivo", mas mostrou-se esperançado num início de aulas tranquilo: "Tudo fizemos neste curto espaço de tempo para que decorra com toda a tranquilidade a abertura e o resto do ano lectivo".

FONTE: Correio da Manhã

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