Educadora de 24 anos, sem tempo de serviço, supera colegas com 10 anos de experiência profissional. Director de Almancil garante ser coincidência.
A escolha de Isabel Santos Moreno, filha do vereador Aníbal Sousa Moreno, da Câmara Municipal de Loulé, para o lugar de educadora no Agrupamento de Escolas de Almancil, está a indignar as educadoras preteridas, que acusam a escola de favorecimento. Segundo Rui Filipe, director do agrupamento, tratou-se de "uma coincidência", garantindo desconhecer que Isabel Santos Moreno, de 24 anos, seria filha de Aníbal Sousa Moreno.
"Recebemos várias queixas e estamos a analisar o processo. É a primeira vez que estou a ouvir que a educadora Isabel é filha do vereador da Câmara de Loulé", começou por dizer Rui Filipe ao CM, prometendo para breve um esclarecimento às educadoras, algumas com dez anos de serviço.
As suspeitas de favorecimento surgem uma vez que Isabel Santos Moreno não tem experiência profissional e até a classificação final do curso (13 valores) é inferior à de muitas das outras candidatas. Trata-se de uma oferta de escola, o que permite ao agrupamento autonomia total na escolha dos candidatos. A explicação dada ao CM pelo director do Agrupamento Vertical de Almancil, um Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP), está na entrevista: "A entrevista sobrepôs-se aos restantes critérios. Às vezes é preciso falar com os candidatos para perceber se é a pessoa indicada."
Mário Nogueira, secretário--geral da Fenprof, considera que a entrevista não pode ser um critério de escolha. "A entrevista não pode mudar todos os outros requisitos. Pode servir para o desempate", disse, acrescentando: "Não há nada que prove aos outros professores que não possa ter existido favorecimento. A escola tem de esclarecer porque fez esta escolha."
A Fenprof, face às colocações de professores e educadores da bolsa de recrutamento criada após as colocações de 31 de Agosto, agendou para amanhã um protesto nacional contra o desemprego e precariedade da profissão.
DOCENTES QUER MAIOR AUTONOMIA NA SALA DE AULA
Os principais sindicatos dos professores, Fenprof e FNE, consideram importante o reforço da autoridade do professor na sala de aula, com a revisão anunciada pelo MEC do Estatuto do Aluno. "É necessário mais celeridade para resolver situações de violência", disse Lucinda Manuela Dâmaso, da FNE. "Leis estruturais para o ensino, como o Estatuto do Aluno, não podem ser mexidas ao sabor das maiorias", disse Albino Almeida, da Confederação Nacional das Associações de Pais.
FONTE: Correio da Manhã
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