16 de setembro de 2011

Ladrões asfixiam idoso até à morte

Invadiram moradia e enfiaram gorro na cabeça de António Macedo, de 73 anos, com fita adesiva à volta. Morreu de falta de ar, no chão da sua garagem.

António Macedo, reformado da Lisnave, abriu as portas da sua moradia mal acordou. E logo aí, às 07h00 de ontem, o idoso de 73 anos viu-se cercado pelos três homens de pistola em punho – que o empurraram para dentro e sequestraram a sua família, na Sobreda da Caparica, Almada. A mulher e o filho guiaram os assaltantes aos bens de valor, enquanto António foi amarrado no chão da garagem – com um gorro na cabeça e fita adesiva à volta. Acabou por morrer asfixiado.

Quando o gang fugiu, deixou Teresa e Paulo Macedo, mulher e filho mais velho de António, trancados na casa de banho. Teresa gritou por socorro, um vizinho de outra casa ouviu e correu a libertar as vítimas – numa altura em que António já não tinha sinais vitais. A falta de ar matou-o.

A PJ foi chamada ao local, tal como os meios de socorro, que já nada puderam fazer pelo homem de 73 anos. Pela descrição da mulher e do filho da vítima, em choque, "os assaltantes falaram pouco, mas pela pronúncia seriam brasileiros", disse ontem ao CM António Joaquim Silva, primo do casal. Pouco mais conseguem dizer sobre o gang, que estava encapuzado e fugiu com um anel de ouro, 500 euros, um telemóvel de Teresa e as chaves da moradia. Um dos ladrões foi descrito como sendo "baixo e gordo" e os outros dois "muito esguios e altos". Fugiram a pé, desconhecendo-se se de carro.

Quando a mulher e o filho chegaram ao pé de António, depois de libertados pelo vizinho, este não respirava. Estava deitado no chão da garagem, de cara parcialmente roxa. "Terá morrido por asfixia. Esteve muitos minutos com o gorro na cabeça", disse António Joaquim Silva.

A PJ de Setúbal assumiu a investigação e recolheu vestígios na moradia da família, na praceta da Quinta do Bau-Bau.

"FORAM MINUTOS DE VERDADEIRO TERROR NA CASA"

Familiares e amigos do casal Macedo não se conformavam ontem com a extrema violência com que decorreu o assalto que terminou na morte de António Macedo. "Um assalto é sempre de censurar, mas podiam tê-lo feito sem recorrer a tamanha violência", disse ao CM um familiar próximo do casal ontem desfeito. António Joaquim Silva, primo do casal, disse mesmo ao nosso jornal que, segundo a descrição de Teresa, a viúva, "um dos três ladrões comandava os outros, mostrando ser mau". "Foram minutos de verdadeiro terror naquela casa."

FONTE: Correio da Manhã

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