Há centros de saúde em Lisboa a funcionar sem enfermeiros suficientes, o que está a indignar os utentes e a perturbar o normal funcionamento dos serviços. Os atrasos na marcação de consultas e o aumento dos tempos de espera são as principais queixas dos utentes, na sua maioria idosos e com graves problemas de saúde.
"Os utentes vão ser ainda mais sacrificados" prevê Carlos Braga, porta-voz do Movimento de Utentes, antevendo que vai haver um agravamento na qualidade e no acesso aos serviços de saúde. "Vão ser os utentes a pagar a factura da saúde", diz.
Em causa está a dispensa de 24 enfermeiros que trabalhavam em regime de subcontratação nos centros de saúde da Alameda, Ajuda, Alcântara, Coração de Jesus, Lapa, Luz Soriano, Santo Condestável e São Mamede/Santa Isabel.
Um número que vem engrossar uma extensa estatística. Estima-se que actualmente estejam desempregados mais de seis mil enfermeiros. O número de profissionais a trabalhar em regime de contrato individual a termo certo ascende a mil. "Faltam pelo menos 3500 enfermeiros, só nos centros de saúde", disse ao CM a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta de Sousa. "É o início de uma lista de despedimentos, principalmente em áreas deficitárias e carenciadas em cuidados de enfermagem" antecipa a responsável.
A mesma preocupação tem Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
"Há desperdícios no sector que podem ser minimizados através de um levantamento sério da parte do ministério da Saúde, focado nas zonas onde esse desperdício existe. Só depois devem ser apresentadas propostas de solução", sugere a coordenadora nacional do sindicato.
FONTE: Correio da Manhã
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