11 de setembro de 2011

Morre com tiro na cabeça ao tentar proteger a mãe


Andreia resistiu várias horas abraçada ao cadáver da filha. Piorou e está em coma profundo.

Nádia, de apenas oito anos, não aguentou quando viu o pai atingir a mãe a tiro na cama do seu quarto. Correu de imediato na sua direcção e deu-lhe um forte abraço, tentando protegê--la do pai assassino. Mas, Hélio Carneiro, de 42 anos, estava disposto a tudo. Apontou a pistola 6,35 mm à cabeça da filha, matou-a com um tiro e suicidou-se. A mãe, Andreia de 30 anos, viu a filha morrer em cima dela. Quando a GNR, anteontem às 16h00, entrou na casa em Nine, Famalicão, a mulher estava consciente e abraçada ao cadáver da filha. Não se sabe quantas horas terá permanecido assim. Andreia ficou com a bala alojada na cabeça e ontem piorou. Está em coma no Hospital de Braga.

"A Andreia ainda estava consciente de manhã [ontem]. Não conseguia dizer nada, só chorava. A tia perguntou se ela viu a filha morrer e ela acenou de forma afirmativa com a cabeça e chorou ainda mais. Passada uma hora, entrou em coma", contou ao CM Isabel Costa, amiga da família.

O crime ocorreu no quarto da pequena Nádia. A hora e o dia do crime ainda não foram determinadas. Os corpos de Nádia e do pai estavam já rígidos e as autoridades colocam mesmo a hipótese de que a tragédia tenha ocorrido ainda na quinta-feira. O cenário de destruição no local evidencia que terá havido uma luta violenta momentos antes. Andreia tem o rosto cheio de nódoas negras e um braço e um pé partidos. A família da mulher não tem dúvidas de que o crime foi planeado.

"Na quarta-feira ele disse à família que ia fazer uma asneira, mas nunca ninguém imaginou que seria uma tragédia deste tamanho. A Andreia andava muito triste e emagreceu muito", explicou o avó de Andreia, Joaquim Carvalho.

"AVISOU QUE MATAVA AS DUAS"


Hélio tinha já avisado várias vezes que matava Andreia e a filha se aquela pedisse a separação. Dizia ser louco pela mulher e não a deixava sair sozinha de casa. Andreia sentia-se a sufocar e chegou a desabafar com a família.

"Ela contou que já não aguentava mais estar com o Hélio e que lhe chegou a falar na separação. Ele avisou logo que se ela voltasse a pensar nisso matava as duas, ela e a filha", contou Lucinda Costa, tia de Andreia.

À família Andreia nunca revelou ser alvo de maus tratos, mas o repentino emagrecimento e as nódoas negras frequentes deixavam adivinhar o pesadelo em que a mulher vivia. "Os vizinhos contaram-nos que muitas vezes ouviram gritos da Andreia e da menina. Mas, o Hélio aumentava o som da televisão para abafar tudo", explicou Isabel.

MENINA SERÁ VELADA EM CASA DOS BISAVÓS


A pequena Nádia será velada em casa dos bisavós, em Carreira, Nine. Joaquim Carvalho faz questão que a bisneta passe os últimos momentos, antes de ser enterrada, na casa onde a mãe, Andreia, foi criada. O corpo da menor deverá chegar à casa da família na segunda-feira à tarde. A autópsia será realizada de manhã. "A nossa menina vai ser velada em casa. É o nosso desejo e sabemos que a Andreia iria querer assim", disse Manuel Ferreira, pai de Andreia.

FONTE: Correio da Manhã

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