27 de setembro de 2011
Escola de Almancil anula concurso
O Agrupamento de Escolas de Almancil anulou o concurso em que foi colocada a educadora Isabel Santos Moreno, filha do vereador da Câmara de Loulé, Aníbal Sousa Moreno, após uma acção da Inspecção-Geral da Educação.
"Na sequência de uma intervenção inspectiva realizada no agrupamento de Almancil, o director procedeu à anulação do concurso", informou a IGE, numa nota enviada ao Sindicatos dos Professores da Zona Sul (SPZS), afecto à Fenprof. Rui Filipe, director do agrupamento, reiterou ao CM que a escolha da filha do vereador foi "coincidência" e justificou a anulação com o facto de os critérios do concurso não terem sido aprovados pelo Conselho Pedagógico. O director vai propor ao CP que a posição dos docentes na lista graduada passe a ser o único critério de selecção.
Rui Filipe assegura que não houve qualquer tentativa de favorecimento, lembrando que é não do mesmo partido do vereador. "Isto não é uma questão política, mas a verdade é que ele é do PSD e eu já fui dirigente do PS".
A escolha para a remodelada EB1 com Jardim de Infância de Almancil da educadora, de 24 anos, sem tempo de serviço, gerou contestação por parte de outras candidatas e do SPZS, tal como o CM noticiou dia 15. Uma das educadoras preteridas tinha 10 anos de serviço, melhor nota de curso (14 contra 13) e tinha sido sujeita a avaliação de desempenho, três dos critérios de selecção colocados pelo agrupamento na aplicação electrónica. Na altura, o director justificou a escolha com o facto de a entrevista se ter "sobreposto aos restantes critérios".
Ontem, Rui Filipe disse ao CM que pretende colocar um ponto final nesta questão e por isso vai propor a graduação profissional como critério único "para que não haja mais dúvidas". Mas apesar de "compreender as queixas das educadoras", confessou que o faz contra as suas convicções, uma vez que o agrupamento, por estar Integrado num meio desfavorecido, é um Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP) e o director entende que na selecção dos docentes deveriam ser atendidas outras "especificidades". As escolas TEIP têm autonomia para adequar a oferta curricular à população escolar e também para recrutar os docentes através da chamada contratação de escola.
Rui Filipe vai agora abrir novos concursos para esta vaga e outras duas para educadoras em falta no agrupamento e considera que o caso fica resolvido, afirmando não ter sido notificado pela IGE da instauração de qualquer inquérito. Recorde-se que o SPZS exigira a sua demissão. O CM questionou a tutela, que não esclareceu se será instaurado inquérito ao director pela IGE.
FONTE: Correio da Manhã
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