A avaliação da actividade dos hospitais em 2010 é arrasadora. Segundo um relatório da Administração Central dos Serviços de Saúde (ACSS) ontem divulgado, enquanto as consultas médicas e as cirurgias diminuíram em mais de metade dos hospitais, aumentaram os valores das remunerações-base e dos subsídios de férias e de Natal pagos a gestores e restante pessoal.
De acordo com o documento ‘Acompanhamento da Execução do Contrato-Programa 2010 da ACSS’, os hospitais públicos com gestão empresarial (EPE) tiveram uma despesa de 1744 milhões de euros com salários, mais sete milhões do que no ano anterior: 1737 milhões de euros em 2009.
Apesar do aumento da despesa, a produtividade diminui. Os hospitais do Norte fizeram menos 1470 cirurgias em 2010 e os do Centro realizaram menos 4278 cirurgias em relação a 2009. Só na região de Lisboa é que o número de cirurgias correspondeu ao acordado com o Estado.
As unidades de saúde Nossa Senhora da Conceição, em Valongo, Joaquim Urbano e o São João, ambos no Porto, lideram o ranking dos não cumpridores. Os hospitais que não fizeram as consultas contratadas foram os de Águeda, Cândido de Figueiredo (Tondela) e Pombal.
Já na região de Lisboa e Vale do Tejo as unidades fizeram menos 50 912 primeiras consultas do que as previstas no contrato com o Estado. No Alentejo, houve uma diminuição de 417 cirurgias em 2010 e o Hospital do Litoral Alentejano não atingiu o número de consultas a realizar. Já as idas às urgências aumentaram em todo o País.
Confrontado com os dados do relatório, o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares admite: "Estes resultados não são positivos e o número de urgências não devia aumentar."
FONTE: Correio da Manhã
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