Abusou das crianças de 8, 11 e 15 anos, durante anos a fio. A mulher, ameaçada, sabia.
'Patrícia’ passava as férias de Verão em casa, no bairro da Graça, Lisboa, com o padrasto. A mãe trabalhava. Estávamos em 2005 quando o predador começou a violar a menina de 15 anos – uma a duas vezes por semana, até que a vítima, aos 19, em 2009, saiu de casa. Ficou a irmã mais nova, ‘Ana’, que aos oito anos já era abusada pelo padrasto. E continuou a ser até aos 13, no Natal de 2010 – três semanas antes de J.R., 50 anos, ser preso. A PJ descobriu que, já antes das enteadas, em 1995, quando vivia com a filha ‘Rita’, do primeiro casamento, violava a criança, então com 11 anos.
J.R. está em prisão preventiva na cadeia de Lisboa e foi agora acusado pelo DIAP de abusos sexuais às enteadas e violência doméstica sobre toda a família. A violação à filha já prescreveu, passados 16 anos e sem que tivesse sido apresentada queixa.
Quanto à mulher do predador, desempregado, sabia de tudo há três anos. A cabeleireira deixava as duas filhas em casa com o marido e nunca o denunciou. J.R. dizia-lhe que "a matava a ela e às filhas se contassem o que se passava em casa, muitas vezes munido de uma pistola, ao mesmo tempo que a apertava e empurrava", lê-se na acusação.
Obrigava ‘Patrícia’ a manter relações sexuais, sem preservativo, "no máximo duas vezes por semana", relatou a vítima à PJ em Janeiro passado – quando o predador finalmente foi denunciado. No final era agredida e ameaçada de morte. A irmã ‘Ana’ era ameaçada e forçada a fazer-lhe sexo oral, a maior parte das vezes no sofá da sala, onde a família via televisão.
Em 2006, ‘Ana’ foi uma vez agredida com o cinto. E J.R. "agarrou-a pela cabeça, batendo-lhe repetidas vezes com um aspirador". Uma segunda filha do predador, a única menor que não foi violada, em tempos foi viver com o pai. Espancou-a até perder a consciência.
TIRA TELEMÓVEL À FILHA PARA PROIBIR O CONTACTO COM A MÃE
Além da filha que violou em 1995, razão pela qual a jovem saiu de casa com apenas 12 anos, abandonando a família, J.R. tinha ainda outra filha do seu primeiro casamento. Em 2006, esta jovem, na altura com 16 anos, teve de ir viver com o pai. Escapou aos abusos, mas era agredida e ameaçada com frequência. Na acusação do Ministério Público, não são referidos crimes sexuais contra esta jovem. No entanto, a rapariga vivia enclausurada dentro de casa. O pai tirou-lhe o telemóvel para evitar qualquer contacto com a mãe e com os amigos da escola. Aliás, só era autorizada a sair de casa para ir às aulas. Numa altura, a rapariga foi agredida violentamente até ficar inconsciente, só por ter contactado com a mãe. A seguir a isso, teve de se manter fechada em casa até saírem as marcas do corpo e ninguém se aperceber do espancamento.
FONTE: Correio da Manhã
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