28 de setembro de 2011
Candidatos do PND barricados no Jornal da Madeira
Os candidatos do Partido da Nova Democracia (PND) às eleições regionais da Madeira mantêm-se há nove horas nas instalações do Jornal da Madeira, no Funchal, prometendo ficar até que seja assegurado o pluralismo editorial da publicação.
"Neste momento, a nossa intenção é ficarmos aqui até o Governo Regional e a Diocese do Funchal, as duas entidades proprietárias do jornal, assegurarem a pluralidade editorial do Jornal da Madeira", afirmou à agência Lusa o cabeça de lista do PND, Hélder Spínola.
Em conversa telefónica do interior do edifício, Hélder Spínola adiantou que o objectivo da acção "é denunciar publicamente o facto de o Jornal da Madeira estar a ser instrumentalizado para fazer campanha eleitoral para o PSD", mas também "a instrumentalização dos actos oficiais e inaugurações".
"Queremos um Jornal da Madeira com outra linha editorial, que dê espaço igual a todas as candidaturas e que abra as suas próprias páginas de opinião - que são feitas por pessoas do PSD - a maior pluralidade política", acrescentou Hélder Spínola.
Segundo o cabeça de lista, os elementos da candidatura - grupo onde se encontra o deputado regional António Fontes e o vereador do PND na câmara do Funchal Gil Canha - continuam no primeiro andar à espera de "desenvolvimentos".
"A PSP tem vindo falar connosco, mas continuamos a aguardar", declarou.
Os oito candidatos do PND - e não sete como a Lusa noticiou inicialmente - barricaram-se no edifício-sede do Jornal da Madeira às 10h30, depois de uma declaração aos jornalistas.
Nesse depoimento, António Fontes criticou os apoios concedidos pelo Governo Regional, do PSD, ao Jornal da Madeira, que acusou, também, de falta de pluralidade informativa.
O responsável sustentou que o Jornal da Madeira é a sede da "batota eleitoral", referindo o que o matutino "enxovalha, humilha e goza todos os dias" com a oposição, "em particular o PND".
Durante todo o dia, candidatos do PTP, PAN, PS e Bloco de Esquerda estiveram ou passaram pelo local, onde continua um dispositivo da PSP e dezenas de curiosos.
Entretanto, os trabalhadores do Jornal da Madeira emitiram um comunicado, no qual lamentam que "em plena democracia ainda ocorram acontecimentos dignos do PREC, em que a liberdade de imprensa é ameaçada por uns indivíduos" que "invadiram a redacção deste matutino, sem respeito nenhum por quem trabalha".
Assinalando que os trabalhadores não recebem "lições de honestidade ou integridade seja de quem for", os subscritores acrescentam que o momento de campanha "não justifica tudo".
"Os trabalhadores respeitam o estatuto editorial da empresa e, como tal, têm de ser respeitados", declaram, sustentando que os profissionais nunca invadiram "o espaço desses partidos ou os locais de trabalho dos seus responsáveis", destacando, ainda, que nunca colocaram em causa a sua "dignidade" e o "direito de opinião ou ao exercício livre da sua profissão".
Interpelado pelos jornalistas sobre esta situação, o presidente do Executivo madeirense, Alberto João Jardim, limitou-se a dizer que se trata de um "caso de polícia".
A Lusa contactou o comandante regional da PSP, que informou não ter nada a dizer sobre este assunto.
FONTE: Correio da Manhã
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