4 de outubro de 2011

Depósitos geram 2101 reclamações

Dispararam as reclamações sobre os depósitos bancários. Banco de Portugal pede informação mais clara.

Com os bancos a oferecerem rendimentos de 4, 5 e 6% nos depósitos a prazo, os juros foram o principal motivo das reclamações apresentadas pelos clientes ao Banco de Portugal nos primeiros seis meses do ano.
De Janeiro a Junho, as contas de depósito motivaram 2101 reclamações, o que representa um crescimento de 28,3% face ao mesmo período do ano passado. É o próprio regulador, no relatório de supervisão comportamental, que reconhece que a mudança de estratégia dos bancos – com menor concessão de crédito e mais voltada para a captação de recursos – mereceu uma especial atenção. "Foi particularmente significativa a actuação fiscalizadora do Banco de Portugal junto das instituições de crédito no mercado dos depósitos simples, dada a sua importância na captação da poupança dos clientes e o lançamento de novos produtos", lê-se no documento. Por isso, a autoridade monetária realizou 625 acções de inspecção junto de 51 entidades, a que somou a fiscalização das ofertas disponibilizadas nos sites dos bancos e várias visitas de clientes-mistério. A fiscalização motivou 73 recomendações do Banco de Portugal a sete instituições "exigindo a correcção dos incumprimentos detectados ou a melhoria da forma como é divulgada a informação prestada no âmbito da comercialização de depósitos simples".
O crédito ao consumo foi a segunda área com mais reclamações – 1912 –, mais 25,8% do que no período homólogo. No total, os clientes bancários apresentaram 7420 reclamações no primeiro semestre, o equivalente a 1237 por mês.
Os bancos estrangeiros a operar em Portugal são aqueles que recebem o maior número de queixas. Nos depósitos, Deutsche Bank, Barclays e BBVA estão no topo das reclamações. Já no crédito ao consumo, o BBVA lidera, seguido do Crediagora e do FCE Bank. Na habitação estão BBVA, Caixa Galicia e Santander.

HOUVE 38 BANCOS QUE ACTUALIZARAM AS COMISSÕES
Um sinal da crise que é evidenciado pelo relatório de supervisão comportamental do Banco de Portugal é o elevado número de alterações aos preçários que os bancos levaram a cabo no primeiro semestre.
No total, 38 instituições fizeram 204 alterações por iniciativa própria para corrigir comissões praticadas ou a lançar, rever ou extinguir produtos. Na prática, cada um dos bancos fez uma média de 5 mudanças em seis meses, ou seja, quase uma alteração a cada 30 dias. 

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