Com
os bancos a oferecerem rendimentos de 4, 5 e 6% nos depósitos a prazo,
os juros foram o principal motivo das reclamações apresentadas pelos
clientes ao Banco de Portugal nos primeiros seis meses do ano.
De
Janeiro a Junho, as contas de depósito motivaram 2101 reclamações, o
que representa um crescimento de 28,3% face ao mesmo período do ano
passado. É o próprio regulador, no relatório de supervisão
comportamental, que reconhece que a mudança de estratégia dos bancos –
com menor concessão de crédito e mais voltada para a captação de
recursos – mereceu uma especial atenção. "Foi particularmente
significativa a actuação fiscalizadora do Banco de Portugal junto das
instituições de crédito no mercado dos depósitos simples, dada a sua
importância na captação da poupança dos clientes e o lançamento de novos
produtos", lê-se no documento. Por isso, a autoridade monetária
realizou 625 acções de inspecção junto de 51 entidades, a que somou a
fiscalização das ofertas disponibilizadas nos sites dos bancos e várias
visitas de clientes-mistério. A fiscalização motivou 73 recomendações do
Banco de Portugal a sete instituições "exigindo a correcção dos
incumprimentos detectados ou a melhoria da forma como é divulgada a
informação prestada no âmbito da comercialização de depósitos simples".
O
crédito ao consumo foi a segunda área com mais reclamações – 1912 –,
mais 25,8% do que no período homólogo. No total, os clientes bancários
apresentaram 7420 reclamações no primeiro semestre, o equivalente a 1237
por mês.
Os bancos estrangeiros a operar em
Portugal são aqueles que recebem o maior número de queixas. Nos
depósitos, Deutsche Bank, Barclays e BBVA estão no topo das reclamações.
Já no crédito ao consumo, o BBVA lidera, seguido do Crediagora e do FCE
Bank. Na habitação estão BBVA, Caixa Galicia e Santander.
HOUVE 38 BANCOS QUE ACTUALIZARAM AS COMISSÕES
Um
sinal da crise que é evidenciado pelo relatório de supervisão
comportamental do Banco de Portugal é o elevado número de alterações aos
preçários que os bancos levaram a cabo no primeiro semestre.
No
total, 38 instituições fizeram 204 alterações por iniciativa própria
para corrigir comissões praticadas ou a lançar, rever ou extinguir
produtos. Na prática, cada um dos bancos fez uma média de 5 mudanças em
seis meses, ou seja, quase uma alteração a cada 30 dias.
FONTE: Correio da Manhã
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