A
empresa Fresenius, um dos maiores prestadores de tratamentos de diálise
do País, que gere as clínicas Nephrocare, vai deixar de dar lanche (pão
com fiambre ou queijo e leite ou sumo) aos seus utentes, alegando a
necessidade de reduzir despesas porque o Ministério da Saúde cortou, em
mais de 18%, no preço que lhes pagava. Em causa estão mais de quatro mil
doentes a nível nacional.
Na carta enviada a
vários utentes, a Fresenius explica que, além de cortar nos lanches, vai
aumentar o número de doentes seguidos por cada médico e enfermeiro. Vai
reformular ou acabar com as valências de nutrição, acompanhamento
psicológico, a consulta de pé diabético e fisioterapia. E vai deixar de
fornecer gratuitamente remédios e exames que não se encontrem incluídos
no preço pago pelo Ministério da Saúde.
Numa das clínicas da empresa em Alverca, os utentes foram avisados no dia 1 de que só teriam lanche durante mais duas semanas .
Ao
CM, um dos doentes, Jaime Moreira, de 53 anos, que começou a fazer
diálise em Agosto deste ano, confirmou o aviso: "Vamos passar a trazer
de casa e não adianta muito queixar-me porque eles desculpam-se com os
cortes."
Carlos Ferreira Silva, da Associação
Portuguesa dos Insuficientes Renais (APIR), considera a medida "desumana
porque, infelizmente, há muitos casos em que, por razões económicas, a
única refeição que os doentes tomam é a que lhes é dada durante o
tratamento".
Segundo o responsável, a empresa não é
obrigada a dar comida aos doentes. "Faz isso voluntariamente há cerca
de dez anos", revela Carlos Ferreira, adiantando que a APIR já enviou um
oficio à Fresenius para mostrar o desacordo com a medida.
Até à hora de fecho desta edição não foi possível obter um comentário da Fresenius.
FONTE: Correio da Manhã
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