A compra de carros em Portugal caiu este ano cerca
de 600 milhoes de euros até Agosto, uma situaçao que está a colocar em
risco o sector e que já provocou a anulação do Salão Automóvel de
Portugal, previsto para 4 de Novembro.
O mercado de ligeiros de
passageiros, segundo a ACAP (Associação do Comércio Automóvel de
Portugal), está a cair 22,5% nos primeiros oito meses do ano, quando
comparado com o homólogo de 2010, uma quebra de 33 171 unidades.
Tendo
em atenção que o valor médio pago por um carro novo é de 18 mil euros,
segundo dados fornecidos pela empresa Fleetdata, os cerca de 33 mil
carros novos que deixaram de ser vendidos entre 2010 e 2011 correspondem
a uma quebra de receita de 600 milhões de euros.
Roberto
Gaspar, responsável da Fleetdata referiu à Lusa que o preço médio de
venda de um carro em Portugal está nos 20 mil euros, mas, aplicando os
descontos que as marcas normalmente costumam fazer, esse valor desce
para 18 mil euros.
Os responsáveis pelas marcas contactados pela
Lusa dizem que o mês de Setembro será ainda mais gravoso em termos de
vendas e as perspectivas para o final do ano não são nada animadoras,
até porque, para além da retracção no consumo devido à crise, o imposto
extraordinário sobre o subsídio de Natal "vai afectar as vendas de
automóveis que são feitas nesta época do ano", refere Miguel Tomé, da
Opel Portugal.
A ACAP irá divulgar hoje os números mais recentes
das vendas, mas a expectativa é de "um agravamento da situação de
mercado", afirmou à Lusa o secretário-geral da associação.
Hélder
Pedro, remetendo para o comunicado da ACAP no início de Setembro, diz
que as perspectivas não são animadoras, até porque, de acordo com o INE,
"o indicador de clima económico diminuiu em Agosto, mantendo o
acentuado perfil descendente iniciado em Julho de 2010 e atingindo o
valor mais baixo desde Maio de 2009".
Por outro lado, o
indicador de confiança dos consumidores estabilizou em Agosto, após ter
recuperado em Julho, mas a ACAP alerta que este indicador "se situa em
níveis semelhantes aos registados em 2009, ou seja, ao pior ano de
vendas de que há memória no período pós-liberalização das importações de
veículos em Portugal".
Revisão do ISV
Com
a queda abrupta nas vendas e a consequente diminuição das receitas de
ISV para o Estado, os responsáveis pelas marcas consideram que o imposto
já "está nos seus limites" e duvidam que um novo aumento dê os
resultados que a troika pretende.
FONTE: Jornal Oje
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