3 de outubro de 2011

Mercado auto já perdeu 600 milhões em 2011

A compra de carros em Portugal caiu este ano cerca de 600 milhoes de euros até Agosto, uma situaçao que está a colocar em risco o sector e que já provocou a anulação do Salão Automóvel de Portugal, previsto para 4 de Novembro.

O mercado de ligeiros de passageiros, segundo a ACAP (Associação do Comércio Automóvel de Portugal), está a cair 22,5% nos primeiros oito meses do ano, quando comparado com o homólogo de 2010, uma quebra de 33 171 unidades.

Tendo em atenção que o valor médio pago por um carro novo é de 18 mil euros, segundo dados fornecidos pela empresa Fleetdata, os cerca de 33 mil carros novos que deixaram de ser vendidos entre 2010 e 2011 correspondem a uma quebra de receita de 600 milhões de euros.

Roberto Gaspar, responsável da Fleetdata referiu à Lusa que o preço médio de venda de um carro em Portugal está nos 20 mil euros, mas, aplicando os descontos que as marcas normalmente costumam fazer, esse valor desce para 18 mil euros.

Os responsáveis pelas marcas contactados pela Lusa dizem que o mês de Setembro será ainda mais gravoso em termos de vendas e as perspectivas para o final do ano não são nada animadoras, até porque, para além da retracção no consumo devido à crise, o imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal "vai afectar as vendas de automóveis que são feitas nesta época do ano", refere Miguel Tomé, da Opel Portugal.

A ACAP irá divulgar hoje os números mais recentes das vendas, mas a expectativa é de "um agravamento da situação de mercado", afirmou à Lusa o secretário-geral da associação.

Hélder Pedro, remetendo para o comunicado da ACAP no início de Setembro, diz que as perspectivas não são animadoras, até porque, de acordo com o INE, "o indicador de clima económico diminuiu em Agosto, mantendo o acentuado perfil descendente iniciado em Julho de 2010 e atingindo o valor mais baixo desde Maio de 2009".

Por outro lado, o indicador de confiança dos consumidores estabilizou em Agosto, após ter recuperado em Julho, mas a ACAP alerta que este indicador "se situa em níveis semelhantes aos registados em 2009, ou seja, ao pior ano de vendas de que há memória no período pós-liberalização das importações de veículos em Portugal".


Revisão do ISV
Com a queda abrupta nas vendas e a consequente diminuição das receitas de ISV para o Estado, os responsáveis pelas marcas consideram que o imposto já "está nos seus limites" e duvidam que um novo aumento dê os resultados que a troika pretende.


FONTE: Jornal Oje

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