6 de outubro de 2011

Escolas acusadas de viciar concursos

Concursos abertos pelas escolas para contratar directamente professores estão viciados, acusam docentes e sindicatos. Dezenas de casos suspeitos têm sido publicados em blogues de professores e enviados para a redacção do CM. E corre na internet uma petição/manifesto contra as contratações de escola que será entregue a Parlamento e Governo.

Os critérios de selecção, aprovados pelas escolas em conselho pedagógico, são colocados na plataforma do Ministério da Educação e Ciência quando é aberto concurso. O critério mais polémico é o da continuidade pedagógica, que privilegia docentes que leccionaram na escola em detrimento de outros com mais graduação profissional.
Outra forma de viciar concursos, acusam, é atribuir peso determinante ao factor entrevista ou elencar critérios demasiado específicos, que indiciam ser feitos à medida de alguém.
Escolas problemáticas que integram territórios educativos de intervenção prioritária (TEIP) e têm autonomia para contratar docentes são as mais acusadas. Manuel Pereira, director de um agrupamento TEIP em Cinfães, admite que haja "um caso ou outro" irregular, mas considera a contratação de escola "uma mais-valia": "Percebo que docentes mais graduados se sintam lesados, mas do ponto de vista da escola, é legítimo escolher um professor com provas dadas em vez de um que não conhecemos. É até possível que o outro fosse melhor, mas as escolas não têm espaço para arriscar."
Mário Nogueira frisa que a Fenprof "sempre foi contra estes concursos", por darem azo a favorecimentos: "Defendemos concursos nacionais assentes na graduação profissional. O ministro acha que devem ser as escolas a recrutar, mas se quiser acabar com o concurso nacional terá a nossa luta." 

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