3 de setembro de 2011

Ministro corta nos transplantes

Paulo Macedo admite diminuição de transplantes por razões económicas e provoca demissões. Bastonário fala em declarações “infelizes” do ministro.

As palavras do ministro da Saúde, Paulo Macedo, que em entrevista à TVI disse ser necessário "perceber se o País pode sustentar o actual número de transplantes", levaram à demissão do presidente e da coordenadora da Autoridade para os Serviços de Sangue e de Transplantação (ASST), João Rodrigues Pena e Maria João Aguiar.

Para Maria João Aguiar, "é inaceitável que haja doentes que se podem salvar e vão morrer porque o País está em dificuldades económicas". "Como é que um doente à espera de um transplante recebe a notícia?", questiona. Em reacção às demissões na ASST, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Leal da Costa, disse à Lusa que "são duas pessoas que já tinham demonstrado desconforto relativamente à orientação que estava a ser dada no contexto de moralização dos incentivos da transplantação".

José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos, classificou de "infelizes" as declarações do ministro Paulo Macedo. "O pagamento de incentivos nos transplantes não é saudável, levanta dúvidas na população de que é um privilégio de alguns médicos. Deve haver uma alteração no pagamento, que deve ser justo, transparente e uniforme", afirmou o médico. Carlos Braga, do Movimento de Utentes, teme que "haja um aumento das listas de espera para transplantes".

FONTE: Correio da Manhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário